sábado, dezembro 10, 2005

O FUTURO

Palavras-chave:
Brinquedos sociais, brinquedos digitais, brinquedos tradicionais

Porque razão as crianças deveriam usar os computadores como componentes de jogos de construção?

1º - porque OFERECEM a possibilidade de construir modelos dotados de funções que se enquadram nos nossos aparelhos domésticos. Desta forma, esses objectos tornam-se conceptualmente transparentes e o conceito de programação é desmistificado.

2º - porque os jogos de construção SUSCITAM uma compreensão profunda e pessoal dos princípios fisiológicos, físicos e psicológicos.

3º - porque PROMOVEM uma ruptura com a ideia de que o computador é algo separado do mundo real constituído pelas coisas físicas.

E ainda porque:

Estes jogos de construção (exemplo: construção de animais «robóticos») integram-se no grupo dos brinquedos sociais, sendo que, exercitam e contribuem para o desenvolvimento de aptidões sociais e relacionais.

My Make Believe Castle é um exemplo de um software/brinquedo que permite à criança estabelecer uma relação de reciprocidade entre a fantasia e o real. Apesar de ser um brinquedo formado de «bits» não deixa, por esse motivo de ser um brinquedo. No entanto, a criança não tem a possibilidade, por exemplo, de afagar um príncipe que aparece no seu ecrã. Segundo Papert "a nossa preocupação deve dirigir-se no sentido de assegurar que, aquilo que há de bom na actividade de brincar, seja, pelo menos, preservado (e desejavelmente potenciado), à medida que o conceito de «brinquedo» inevitavelmente se altera."

Os brinquedos digitais podem atingir níveis de fantasia e de significado social tão elevado como o dos brinquedos tradicionais. O desafio que os pais enfrentam é o de assegurar que se mantém o equilíbrio.

Será que a prioridade que atribuímos à capacidade de saber ler, escrever e fazer cálculos, continuará a fazer sentido, à medida que se vão tornando disponíveis outros meios de acesso ao conhecimento?

Papert está convencido não apenas de que deveria haver uma alteração de prioridades, mas também, de que essa mudança surgirá inevitavelmente.

Visionando...
- Haverá um acréscimo no número de crianças a saberem ler em idades mais precoces e com menor ansiedade;
- Haverá uma procura autónoma ao conhecimento, tanto de forma individual como através da associação com outros, mas sempre de forma voluntária.

"(...)o reconhecimento das palavras que surgem no ecrã pode tornar-se um passo decisivo para uma busca interactiva e ser utilizado para controlar um processo que conduzirá a um fim desejado(...)"

Capítulo 8 - O Futuro (pp.241 ? 271)

A ESCOLA

O computador trabalha depressa, evolui muito rapidamente e cedo originou algumas mudanças em muitos sectores da actividade humana. Mas não na escola. (pág.206).

As perspectivas de transformação da Escola são hoje diferentes (...) existem forças realmente poderosas actuando no sentido da mudança. (pág. 217)

As três forças de mudança:

Primeira: A grande Indústria de informática - tem um grande interesse em dotar as escolas de computadores, independentemente do modo como eles venham a ser utilizados.

Segunda: A revolução na aprendizagem - até há relativamente pouco tempo os jovens aprendiam os conhecimentos profissionais que iriam ser usar durante o resto da sua vida. Este esquema funcionava bem enquanto o ritmo de mudança era lento e as pessoas se encontravam no fim da sua vida, a fazer algo muito parecido com o que faziam no inicio. O único conhecimento verdadeiramente competitivo é a prender a aprender.

Terceira: O poder das crianças - esta é a força mais poderosa e começa a instalar-se em nossas casas, como? Todas as crianças que têm em sua casa um computador e uma forte cultura e aprendizagem são agentes de mudança na escola (mesmo que isso não seja assumido de forma consciente).

A escola está a perder legitimidade aos olhos dos seus alunos, este facto poderá contribuir para uma explicação sobre o aumento dos problemas da natureza disciplinar. Como podem os pais influenciar a escola?

-» Compreender as forças que resistem à mudança;
-» Descobrir aliados e agir de forma estratégica;
-» Apoiar o desenvolvimento profissional dos professores;
-» Apoiar a fluência em vez da literacia;
-» Apoiar ou exercer pressão para o estabelecimento de currículos ou de programas alternativos controlados pelos professores

Ver para reflectir o tópico que apresentei no forúm de discussão Comentar Papert.
Ver uma resposta ao repto.


Capítulo 7 - A Escola (pp. 205 ? 239)

quinta-feira, dezembro 01, 2005

PROJECTOS

Para Papert os melhores projectos são aqueles que não têm um objectivo final. Na escolha de um bom projecto familiar existem três princípios orientadores, assim os projectos devem:
  1. suscitar uma atitude de ampliação, desenvolvendo capacidades próprias da competência tecnológica;

  2. ser uma fonte aplicável de igual forma por crianças (sem que isso signifique que um projecto familiar seja encarado como uma actividade para crianças);

  3. ter as suas raízes na cultura das crianças, desta forma deve-se trabalhar com elas a partir da sua compreensão, tentando encontrar um modo de a tornar mais rica.

Da escrita ao multimédia: conferindo mais poder à narração

Jason não foi capaz de desenvolver as suas capacidades de narração devido:
- ao insuficiente domínio das palavras;
- ao facto de não poder usar os recursos de que dispõe quando fala (gesticulação dramática, pausa, alteração de ênfase e tom de voz);
- à impaciência motivada pela lentidão com que escreve e pela fealdade da sua melhor caligrafia.

Neste caso, o MicroWorls abriu novos horizontes de criatividade expressiva porque "as mesmas frases que parecem tão monótonas quando escritas" adquiriram nova vida quando foram projectadas no ecrã.


Capitulo 6 - Projectos (pp 151 - 203)

domingo, novembro 20, 2005

FAMÍLIA

Este capítulo está resumido num site construido por mim, com o programa NVU. Para acederes ao site basta clicares na imagem que a seguir apresento:



Podes, ainda consultar um trabalho realizado em PowerPoint, realizado por Sílvia Sá, no âmbito da Licenciatura em Ciências da Educação, na FPCE, para a disciplina de Tecnologias Educativas III.

Capítulo 5 - A Família (pp. 115-150)

quarta-feira, novembro 16, 2005

VALORES

Palavras-chave:
Valores (honestidade e engano, respeito na aprendizagem); construcionismo

Se as práticas dos educadores forma vistas pelos alunos como ilusórias, pouco interessa o que é dito. Existe cada vez maior aceitação da ideia de que é necessário que aquilo que as crianças aprendem tenha significado. Papert recomenda que a primeira prioridade quando se pensa em aprendizagem na família, seja dedicada a preservar valores de honestidade e de respeito por cada individualidade. Se queremos encorajar as crianças a pensarem por si, em lugar de repetirem simplesmente o que lhes é dito, temos de ser capazes de mostrar respeito por elas enquanto seres pensantes e construtores de teorias.

Dilema:
Apesar de não existir dúvida que o pensamento das crianças não pode ser deixado à solta, também não há dúvida que corrigi-los em todas as ocasiões provocará uma inibição no desenvolvimento da capacidade de pensarem por si próprios.

Solução construcionista:
Deve-se actuar de modo apropriado, e «apropriado» quer dizer fundamentado na compreensão. A aprendizagem é orientada pela acção e o retorno não é obtido a partir do «sim» ou do «não» da autoridade de um adulto, mas a partir da reacção e da orientação provenientes da própria realidade. Quando enriquecemos o meio envolvente de uma criança, disponibilizando um tipo novo de materiais, a partir dos quais pode realizar alguma coisa, estamos a fomentar a aprendizagem.

Uma família que queira lutar contra o engano tem de criar uma cultura de honestidade absoluta. As crianças que percebem que em certos sectores da vida a fronteira entre a verdade e a falsidade está necessariamente mal definida, podem mesmo assim entender que existe um área onde ela é nítida - na sua esfera familiar!

Capitulo 4 - Valores (pp. 97-113)

sexta-feira, novembro 04, 2005

APRENDIZAGEM

palavras-chave:
aprendizagem, aprendizagem de estilo familiar e aprendizagem de estilo escolar

"As decisões fundamentais dos pais sobre o quê e como os seus filhos aprendem serem fortemente influenciadas pelos resultados de um processo de selecção, no qual o estardalhaço produzido sobre os meios de comunicação socila pode prevalecer sobre a filosofia educativa"

"Aprender não é, e não deve ser, a ideia redutora de tratar uma criança como uma «máquina de respostas»"

Eu não acredito que o mercantilismo e o carácter impessoal sejam parte integrante da natureza dos computadores e da aprendizagem por computador. As TIC na educação são e serão o que nos fizermos delas!!! Mas nem todos pensam o mesmo... para a indústria informática são os programas mais fáceis os mais baratos de produzir, e, como tal, mais lucros. No entanto, é muito fácil comparar produtos ditos "educacionais" para meios electrónicos com livros, i e, alguns softwares não apresentam vantagem na aprendizagem por serem incapazes de proporcionar novas construções ao educando.

Segundo Papert conceber produtos baratos e facilmente colocáveis no mercado vai ao encontro das crenças que os pais têm sobre a educação e que este aspecto é um dos motivos pelos quais as políticas educativas do mundo inteiro estão cada vez mais a ser determinadas por considerações puramente comerciais.

O que acontece em Portugal?
As nossas escolas (poucas) estão a ser equipadas com recursos tecnológicos (computadores e não só), no entanto, não são desenvolvidos produtos e estratégias para o seu uso. A quantidade de máquinas e de software incorporados na educação não garantem o desenvolvimento da criatividade dos alunos, tão pouco significa maior qualidade.

Para reflectir:

  • Em que condições aprende melhor?
  • Quais foram, ao longo da sua vida, as aprendizagens mais úteis?
  • Afinal, o que é a aprendizagem?

Neste capítulo, Papert refere que a aprendizagem de estilo familiar (algumas vezes apelidada de "aprendizagem natural") é melhor do que a que é feita a partir da informação veiculada por outros, ou aprendizagem estilo escolar.

capítulo 3 - Aprendizagem (pp. 63 - 96)

terça-feira, outubro 25, 2005

TECNOLOGIA

Palavras chave:
ciberutópicos e cibercríticos, aprendizagem e ciberavestruzes.

Actualmente podemos distinguir duas perspectivas sobre o modo de encarar a era digital: de um lado temos os ciberutópicos qe acreditam que a revolução digital fornece oportunidades para uma vida melhor; de outro lado, temos os cibercríticos com uma visão diamentralmente oposta. No entanto, ambos concordam que independentemente das alterações vindouras, há efectivamente algo em mudança, portanto aquilo que vemos hoje é apenas a ponta do que estará para vir!
Papert não adere a nenhuma destas perspectivas porque superficialmente falando, as duas partes estão correctas. Mais importante do que aderir a qualquer destas perspectivas é centralizar a nossa atenção sobre a aprendizagem!

Ainda neste capítulo, Papert critica: 1) a forma como se faz uso do computador no ensino; e 2) o uso de software educativo.
O uso do computador na escola está ainda muito limitado ao currículo, na realidade os ciberavestruzes (os que planeiam a política educativa) só conseguem imaginar a utilização do computador em contexto escolar, no sistema tal como o conhecem, ou seja, os alunos seguem um programa pré-determinado, planificado ano ano, lição a lição.
Relativamente ao software educativo considera que estes não passam de programas de ensino que apresentam as mesmas características do ensino tradicional, i e, a aprendizagem é feita recorrendo à memória e à repetição!

capítulo 2 - Tecnologia (pp. 41 - 61)

sexta-feira, outubro 14, 2005

GERAÇÕES

Palavras-chave:
cultura das crianças, aprendizagem de estilo familiar, fluência, ciberavestruzes, difícil e giro, hipertexto, estilos de aprendizagem, cultura de aprendizagem, estilos


Espalhado pelo mundo, existe um apaixonado caso de amor entre crianças e computadores.

A relação "amorosa" entre computadores e crianças é universal e não connhece fronteiras entre raças, cultras e extractos sociais. É uma paixão que confunde os pais, até mesmo os que são mais entusiastas dos computadores. Normalmente, os pais encontram-se divididos entre o prazer e o medo de ver os seus pequenos percorrer e evoluir num mundo que tantas vezes lhe é desconhecido. Mas o que tanto assusta os pais? Qual o papel dos computadores no espírito e na cultura das crianças? Segundo Papert estamos perante um novo conceito de aprendizagem que se caracteriza por uma indepência dos pais na exploração do mundo. É com bastante frequência que continuamos a ouvir "no meu tempo tinha de saber tudo na ponta da lígua", mas será isto a aprendizagem? Parafraseando Papert "será pior se os pais agirem como ciberavestruzes, enfiando a cabeça na areia da negação das mudanças que se desenham no ambiente de aprendizagem."
Não se deve substimar as capacidades das crianças de utilizar as tecnolgias, os pais podem e devem assumir essa mudança lado a lado, passo a passo. Parece que a chave para compreender a tecnologia e até gostar de a usar, reside numa nova postura, num novo olhar sobre a aprendizagem. O importante é que cada um de nós ganhe confiança suficiente para usar e transmitir aquilo que sabe!
Assim sendo, o trabalho realizado em conjunto apresenta beneficios para todos os membros, desde que, todos compreendam e respeitem os diferentes estilos de aprendizagem existentes no seio da família.

Trabalho realizado em PowerPoint, por Catarina de Almeida, no âmbito da disciplina de Tecnologias Educativas III, do 2º ano, da Licenciatura em Ciências da Educação em 2002.


Papert, S. (1996). A família em rede. Capítulo 1, Gerações (pp. 21 - 39).